Durante a minha
pré-adolescência, presenciei o surgimento de um dos maiores “fenômenos” do
mundo eletrônico, o lançamento do vídeo-cassete. Lembro-me que as tardes eram
compostas por várias horas de filmes, com os mais variados títulos e gêneros.
Eu gostava bastante das comédias e dos filmes de ação e aventura. Eles me
prendiam literalmente e eu ficava entretido por um bom tempo em frente a telinha da
televisão.
Havia um certo “charme” na
época dos filmes em VHS em relação ao som dos mesmos... Sempre que alguém
passava por uma casa e ouvia alguns diálogos em inglês, vindos da TV, deduzia-se,
quase que automaticamente, que um indivíduo daquela residência estava
assistindo a um filme no seu vídeo-cassete, pois, quase todos os filmes que
deixavam a telona do cinema eram disponibilizados em VHS com uma característica,
possuíam legendas e som original. Temos que concordar que as legendas davam
um certo cansaço na hora de assistir ao filme, pela necessidade de lê-las, do
início ao fim, sem contar que, dependendo do diálogo entre os atores, era
complicado ler e apreciar os detalhes de cada cena ao mesmo tempo, e, por
muitas vezes, tínhamos que ler e rebobinar a cena para acompanhá-la mais uma
vez!
O tempo foi passando e, com
ele, a tecnologia foi se transformando grandemente, passamos pelo Video Laser,
que era bem desengonçado pelo tamanho do disco, passamos pelo DVD, que também
foi uma febre, persistindo até hoje, e agora, temos o surgimento do Blue-Ray,
um disco que tem revolucionado pela qualidade da sua imagem e a sua capacidade de
armazenar dados, cabendo até cinco vezes mais conteúdo do que o DVD. Sabemos que em breve a tecnologia poderá nos surpreender com mais um lançamento notável, como tem sido ao longo dos anos.
Com a fabricação de
tantos aparelhos eletrônicos, tendo a reprodução de vídeos como a sua principal característica, é evidente que os filmes também foram evoluindo e, a dublagem passou a
ser um item obrigatório nos filmes de hoje. Há contentamento, para alguns, em assistir
a um filme dublado, pois, não há necessidade de ler as tais legendas, e, com isso, as
cenas podem ser observadas em seus mínimos detalhes. Mas, como nada e ninguém
consegue agradar aos “gregos” e “troianos”, existem também aqueles que fazem
críticas às dublagens e, afirmam que as mesmas influenciam no som original dos
filmes, limitando um pouco os detalhes sonoros de cada cena.
Por que estou tocando nesse
assunto, desde o início da postagem? Você pode fazer alguma idéia? Bem, amados
irmãos, pretendo aproveitar essa introdução e comparar o som de nosso coração e
da nossa alma com a dublagem de alguns filmes... Você pode estar se
perguntando: “Como assim?” Eu explico...
Assim como uma dublagem pode
mesmo fazer com que muitos detalhes do som original sejam perdidos, durante uma
determinada cena, também podemos fazer com que Deus “não ouça” os mínimos
detalhes do nosso “som original”, do nosso verdadeiro som. Sei que Ele
esquadrinha o nosso coração, penetra no íntimo de nossa alma, enfim, tenho
convicção, pela Palavra, que Ele sabe de todas as coisas antes mesmo delas
existirem de fato, mas, a Bíblia também nos diz que temos que externar as
nossas petições à Deus com todos os detalhes.
Quantos tem clamado a Deus
adotando uma postura de voz diferente, alterando o tom natural da mesma? Deus
não olha para o tom de voz, se ela é aguda, grave, média, rotulada como bonita,
com um belo timbre, nada disso interessa a Deus! Quantos clamam a Deus fazendo
uso de uma linguagem rebuscada, mencionando palavras nada corriqueiras? Não são
belas palavras que impressionam Deus, creia nisso! Quantos se trajam
impecavelmente, com um padrão estabelecido de vestuário, com o intuito de tomar
o microfone e discursar diante de um grupo de expectadores? O seu timbre de
voz, a sua bagagem cultural e a sua vestimenta nunca impressionarão a Deus!
O som que Deus deseja ouvir em
nós é o “som original”, sem mudanças na sua “qualidade”, sem distorções nos “graves
e agudos”, sem “traduções” deturpadas em sua “legenda”... Resumindo... O som
que Deus deseja ouvir em nós é o clamor genuíno do nosso coração e da nossa
alma, com sinceridade, simplicidade, dependência, fé e, assim por diante! Importe-se apenas em ser
verdadeiro naquilo que você pretende declarar ao Pai, em suas orações, e, nos
sentimentos, em tudo o que fluirá do seu interior durante o seu clamor! Não
deixe que o som de seu coração e de sua alma sejam adulterados por qualquer que
seja o fator! Pense nisso...
Que Deus abençoe a todos!!!