Com a chegada da internet,
muitos que se encontravam distantes de amigos e familiares passaram a se
comunicar através de duas ferramentas que se tornaram bastante comuns, o
bate-papo e o e-mail, mas, há alguns anos não era bem assim. Quem é que não se
lembra de postar alguma carta para alguém no Correio?! Postar cartas é uma
prática que dura até hoje, porém, essa prática não ocupa mais o espaço que
ocupou outrora. Lembro-me que havia uma certa ansiedade quando almejávamos
receber alguma notícia de um ente querido que morava longe, e, esperávamos impacientes
pela chegada de uma carta. Em várias situações, o carteiro passava por nossas
casas e dizia que não havia nenhuma correspondência para nós, nos deixando
frustrados com a sua resposta negativa, e, mais do que depressa, passávamos a
esperar pela possível entrega do dia seguinte.
As cartas foram, sem dúvida,
itens muito presentes nas décadas passadas, não só para parentes distantes, mas
também, para os namorados que atravessaram o período “pré-internet”. Cada
cartinha que chegava era mais uma manifestação de carinho em forma de redação
que, arrancava suspiros e acelerava o coração de quem a recebia. Era como se
cada palavra escrita falasse de verdade aos ouvidos, e, creio que muitos até
podiam imaginar o autor, ou autora, da redação discursando bem ali do seu lado.
Com certeza, a imaginação de muitos era fértil quando liam as suas
correspondências, deixando-os com a ligeira impressão que, pelo menos por algum
momento, a redação parecia se converter em voz, trazendo vida a caligrafia. As
cartas pareciam mesmo estar vivas!
Por falar em carta e, mais
precisamente, em carta viva, me lembrei de uma passagem bíblica que encontra-se
no capítulo 3 de 2 Coríntios que, nos trata como cartas vivas de Cristo. Cada
vida cristã é uma carta viva, ou seja, antes de qualquer palavra mencionada,
nossas atitudes falam imensamente sobre cada um de nós. Não há nada que nos
descreva tão bem quanto as nossas ações e, são elas que determinam a nossa cota
de credibilidade diante daqueles que nos assistem no dia a dia. Sei que muitos
querem ser celebrados por sua presença, mas, na verdade, devemos nos esforçar
para sermos muito mais celebrados em nossa ausência. É conveniente analisarmos
o seguinte em relação a nossa vida, “quando estou ausente, ou, caminhando do
outro lado da rua, ou, quando me despeço de uma determinada reunião de amigos e
conhecidos, o que será que as pessoas tem falado sobre mim? Será que sou
aprovado ou reprovado por minha conduta?”.
Ser uma carta viva de Cristo
está absolutamente ligado a mostrar ao mundo uma diferença concreta, provada
com gestos, não apenas com palavras belas. A busca por um bom testemunho de
vida cristã diante da sociedade nos ajuda a termos credibilidade para falarmos
sobre o amor de Cristo, sem repreensões, isto é, de que adianta aconselharmos alguém
a seguir pela direita se os nossos passos sempre tem nos levado pela esquerda.
Não dá para apontarmos um caminho e seguirmos em outra direção, precisamos cuidar
de nossas ações, precisamos, verdadeiramente, sermos referência para aqueles
que mergulham dia após dia numa grande onda de inversão de valores morais e
espirituais que o mundo se esmera para cultivar. Antes de falarmos sobre
diferença, precisamos ser a diferença!
Que Deus nos ensine a sermos
cartas vivas abençoadas e, não cartas vivas que expressam apenas o pecado, a prática
das corrupções, enfim, que nossos passos sejam retos diante do Pai celestial,
que influenciem unicamente para o bem e não para o mal.
Que Deus abençoe a todos!