Acho interessante quando alguém se levanta para julgar e
tentar tirar a credibilidade de uma pessoa que se arrepende e busca o perdão de
Deus. Quem é o homem para conhecer o coração alheio?! A condição para obtermos
o perdão de Deus é o arrependimento genuíno por todas as práticas que transgridem
as Suas ordenanças. Transgredir a Lei de Deus não é como transgredir o Código Penal,
por exemplo, ou seja, não existe uma escala de “gravidade” para pecados, todos
são perdoados de igual forma por Deus. Para Deus, não significa que mentir é um
pecadinho e matar é o pecadão. A diferença do pecado está na sua conseqüência,
no que esse pecado resultará e, humanamente falando, é claro que um homicida
terá maiores prejuízos se comparado a um mentiroso. Merecidamente, um homicida
pagará por seu ato experimentando uma detenção, segundo a justiça humana,
enquanto que, um mentiroso perderá a credibilidade quando se expressar sobre
algo, mas, segundo a justiça divina, ambos pecaram e ponto final. Jesus nos
mostra o perdão de forma clara em seus três anos e meio de ministério
(aproximadamente), sem critérios rígidos para consegui-lo, apenas com o
arrependimento verdadeiro daquele que o busca.
Podemos nos lembrar da mulher que foi apanhada em adultério
pelos fariseus e foi levada à presença de Jesus. Segundo a Lei, toda mulher que
fosse descoberta cometendo adultério deveria ser apedrejada até a morte, isso
era um ato que perdurava durante muitos anos e, todos esperavam que Jesus, ao
saber do ocorrido, concordasse também com essa sentença. Na verdade, os
fariseus queriam colocá-lo contra a parede... Então, Ele surpreende a todos
quando diz que, somente aquele que nunca tivesse errado teria o direito de
apedrejá-la. O interessante é que Ele não diz que apenas aqueles que não tinham
adulterado poderiam ter o direito de castigá-la, Ele fala sobre pecados em
geral e, isso significa que houve um certo “nivelamento” de pecados ali,
naquela ocasião, isto é, Jesus deixa implícito que todo e qualquer ato que
transgride as ordenanças celestiais é reprovado por Deus. Portanto, até aqueles
que não eram adúlteros, mas, tinham algum pecado encoberto, se retiraram do
local.
Quer outro exemplo de arrependimento? Lembremos de um dos ladrões
que estava ao lado da cruz de Cristo... Não há uma biografia sobre nenhum dos
dois ladrões que foram crucificados juntamente com Jesus, mas, tudo nos leva a
crer que, durante toda vida, aqueles homens praticaram muitos crimes, por isso,
estavam ali, visto que a crucificação era uma forma muito pesada de sentença,
podendo ser comparada a pena de morte nos dias de hoje. Com exceção de Jesus,
todos os indivíduos de alta periculosidade da época, mais cedo ou mais tarde,
se encontrariam com aquele instrumento de execução, a cruz. Bem, eis que ali, à
beira da morte, um desses homens se arrepende verdadeiramente de todos os seus
erros, abre o seu coração e suplica que Jesus se lembrasse dele quando entrasse em
Seu Reino. Prontamente, Jesus percebe a sinceridade que havia em suas palavras
e promete a ele que estariam juntos no paraíso. Isso nos prova mais uma vez que
o arrependimento atrai o perdão de Deus. Jesus não tirou aquele homem da cruz, afinal
de contas, ele estava a colher na cruz o que havia plantado em sua vida, porém,
após a sua morte aquele homem foi salvo!
Em resumo, quando alguém que ficou conhecido na
mídia por cometer um crime pesado se mostrar arrependido pelo mesmo, não tente
julgá-lo, pois, você jamais conseguirá ver o seu coração como Deus o vê. A
conseqüência do erro pode ser grande, mas, o perdão de Deus é sempre liberado
quando há arrependimento genuíno.
Que Deus abençoe a todos!