O azeite é um produto muito
conhecido desde tempos remotos. Fruto da oliveira, era obtido por meio do
esmagar da azeitona nas mãos, como os pés ou mesmo em moinhos próprios para
este fim. Essa constrição do fruto deveria ser feita com cuidado para que o
caroço não fosse esmagado também, o que liberaria um líquido tido como ruim. A
polpa era ensopada em água quente e depois espremida mais uma vez, deixando o
líquido resultando desse processo em repouso para que as impurezas ficassem no
fundo do recipiente.
Feita a decantação (ato de
separar as impurezas existentes em um líquido), obtinha-se o azeite puro
(também chamado de azeite batido, o líquido retirado do primeiro processo).
Havia uma repetição desse processo de prensa, mas a qualidade deste segundo
líquido era notavelmente inferior. Uma parte do azeite da primeira prensa, o
batido, por ordem de Deus, deveria ser trazido pelos israelitas para a tenda da
congregação, a fim de servir de combustível para as lâmpadas do santuário
(Êxodo 27.20).
A Bíblia destaca o azeite e sua
utilização em diversas situações, a saber:
a)
Como alimento. Era misturado com farinha de
trigo, para que fossem feitos pães ou bolos, dependendo do produto desejado
(Levítico 2.1, Levítico 2.4-7 e 1 Reis 17.12).
b)
No uso religioso. Era o combustível que permitia
manter as lâmpadas acesas, que na época tinham pavios de pano torcido ou
algodão (Êxodo 27.20). Os dízimos entregues ao Senhor poderiam ser feitos em
parte com azeite e cereal (Deuteronômio 12.17). Também era usado para ungir uma
pessoa escolhida para um determinado ministério ou função, como foi o caso de
Saul e Davi, como reis.
c)
Como um remédio. Um doente poderia ter seu corpo
ungido caso estivesse em estado febril, como também na unção de determinados
ferimentos, e para ungir um corpo que seria sepultado. Tiago diz que se há
pessoas doentes na igreja, que chamem os presbíteros e que estes procedam com a
unção com azeite (Tiago 5.14). Há teólogos que entendem este “ungir” não apenas
como derramar o óleo, e sim fazer uma massagem com azeite na ferida.
d)
Como produto de beleza. A expressão “cosmético”
vem do grego kosmos, que traz a idéia de ordenar, de colocar em ordem, reparar
o que está desarrumado. O azeite era utilizado para ungir a pele após o banho e
os cabelos. Imagine passar azeite para dar um tom mais brilhoso nos cabelos...
(Salmos 23.5). Este hábito em Israel seria descontinuado se os israelitas
fossem desobedientes a Deus (Deuteronômio 28.40).
e)
Uso comercial. Ter azeite em abundância era
considerado sinal de prosperidade e o valor comercial do azeite era reconhecido
tanto como o valor dos cereais e do vinho (Números 18.12 e Deuteronômio 7.13).
Salomão pagou a Hirão, rei de Tiro, uma quantia anual de azeite batido (1 Reis
5.11).
É evidente que a curiosidade
humana atribuía outros fins para o azeite que não estão registrados nas
Sagradas Escrituras, mas entendemos que os fins polivalentes deste presente de
Deus sempre beneficiarão a humanidade.
Fonte: Revista Eclésia