Quando eu era criança, costumava “explorar” o meu bairro,
se o assunto fosse brincadeira, lá estava eu inserido no contexto. Vejo que as
crianças de hoje não se divertem com as coisas simples que outrora nos
divertiam, a tecnologia veio para limitar um pouco as peraltices dos
pequeninos. Lembro-me com carinho das situações que vivi quando menino,
subíamos em árvores, inventávamos brincadeiras que reuniam quase todos os
meninos e meninas da rua (queimado, pique-bandeira, pique-esconde, polícia e
ladrão, etc.), escorregávamos de morro abaixo em cascas de palmeiras,
montávamos carrinhos de rolimã para descer ladeiras, disputávamos corridas com
tampinhas de garrafa que se deslocavam com os nossos petelecos, rolávamos pneus
de carro como se fossem os próprios veículos, fazíamos túneis para os nossos
carrinhos de brinquedo em montes de terra, jogávamos futebol em campinhos com
terrenos bem irregulares, enfim, para nós, não importava se estávamos brincando
sobre pisos de concreto, areia, barro ou grama, só queríamos aproveitar ao
máximo aquele tempo.
Existia um campinho de futebol, próximo a minha casa, bem
no lugar onde estão construídos hoje a sede dos Alcoólatras Anônimos, a
Secretaria de Municipal Educação (onde também funcionou o SENAC), a APAE (onde
também funcionou o Jardim de Infância Manoel Gomes) e uma quadra de esportes
pertencente a mesma. Numa certa vez, fomos à este campinho de futebol e, acabei conhecendo uma coisa muito curiosa... Nas extremidades desse campinho, a grama
costumava crescer mais um pouco e, no meio dessa grama, havia uma plantinha
muito interessante, chamada popularmente de “dormideira”. Um amigo me
“apresentou” a ela e me mostrou uma reação peculiar dessa planta, a de se
fechar quando recebe algum toque. Fiquei longos minutos tocando nela para estimular
aquela ação de fechar as folhas, afinal de contas, eu nunca tinha visto aquela
planta na minha vida, somente naquele dia!
Durante a minha caminhada, como cristão, tenho visto
inúmeras pessoas que são como aquela plantinha, a dormideira, isto é, quando
são tocadas por algum problema, se fecham e desistem de lutar. Não podemos
negar que as tribulações nos desgastam, não há alguém que possua a
característica de regozijar-se diante de adversidades, isso seria uma atitude
nada comum, pois, todo ser humano busca a paz para a sua vida. Nos abalamos com
as dificuldades sim, mas, o que não devemos permitir é que a depressão, a
inoperância, o medo, enfim, que nada possa neutralizar a nossa perseverança
diante das batalhas do cotidiano. Que Deus nos dê a fortaleza necessária para
triunfarmos quando passarmos pelo deserto!
Que Deus abençoe a todos!!!