“Bendito o homem que confia no Senhor,
e cuja confiança é o Senhor. Porque será como a árvore plantada
junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando
vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga,
nem deixa de dar fruto.” (Jeremias 17.7-8)
Nesse texto, Deus, através do Profeta
Jeremias, usa a figura da árvore plantada junto a ribeiros para mencionar o
benefício de vivermos confiantes Nele, visto que a árvore somos nós e o ribeiro
é Ele. Quando se refere a árvore, Jeremias usa as seguintes colocações no
versículo 8: Estende as suas raízes para o ribeiro; Não receia quando vem o
calor; A sua folhas está sempre verde; Não se fadiga e nem deixa de dar fruto.
Mas, o que essas características querem expressar, segundo o Profeta Jeremias?
Vejamos:
Estende as sua raízes para o ribeiro - Busca o rio de Deus
para se revigorar em tempo difíceis.
Não receia quando vem o calor - Não teme o mal, a luta, o
desgaste.
A sua folha está sempre verde - Não se deixa abater, não se
deprime.
Não se fadiga e nem deixa de dar fruto - Não deixa de fazer
a obra que Deus confiou a ti, vence as circunstâncias para servir fielmente no
Reino de Deus.
Como árvores de Deus, devemos apresentar sempre os melhores
frutos para Ele e para aqueles que estão ao nosso redor. Nossos frutos
determinam se somos ou não aprovados por Deus. “Assim toda a árvore boa produz
bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.” (Mateus 7.17)
A Bíblia é um perfeito manual, ela nos instrui perfeitamente
em como produzirmos frutos bons para com Deus e para com o nosso próximo.
Vamos conhecer algumas características de árvores boas e
fortes na Presença de Deus:
- A árvore é muito mais valorizada pela qualidade (sabor) de
seus frutos do que pela quantidade dos mesmos:
Quer um exemplo sobre isso? Então, pense comigo... O oití é
uma árvore que dá inúmeros frutos, porém, quase todos acabam caindo sozinhos e
estragando no chão, enquanto que uma jaqueira é sempre visitada quando está
carregada de frutos. É muito comum ver alguém colhendo os seus frutos, pois, as
jacas são saborosas. O oití produz muito mais frutos, se comparado a uma
jaqueira, mas, no quesito qualidade (sabor), a
jaqueira acaba superando-o. Entendeu onde eu quero chegar? De que
adianta uma árvore produzir inúmeros frutos se esses não tem um sabor
agradável? Numa linguagem mais espiritual, de que adianta concebermos frutos
derivados de nossas carne em grande escala e apresentarmos uma pequena porção
dos frutos do espírito? Nossos frutos precisam possuir qualidade diante de
Deus.
Dentro dessa mesma característica, ainda podemos entender
que a árvore dá frutos de acordo com a sua natureza. Jamais encontraremos uma
laranjeira que produz limão, um abacateiro que produz maracujá, enfim, a
natureza de uma árvore determina o tipo de fruto que será colhido. Quando possuímos
uma natureza boa, quando nascemos de novo e servimos a Deus de forma íntegra,
nossos frutos se tornam a cada dia mais abençoados, são os frutos do espírito,
e, quando estamos mergulhados no pecado, produzimos frutos ruins, frutos que
são concebidos na carne. Mas, o que são frutos da carne e frutos do espírito? No
texto de Gálatas 5.22-23, Paulo nos traz uma lista de quais são esses frutos: “Ora,
os frutos da carne são manifestos: imoralidade sexual, impureza e libertinagem;
idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões,
facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como
antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de
Deus. Mas os frutos do espírito são o amor, alegria, paz, paciência,
amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas
coisas não há Lei.” (Gálatas 5.22-23)
- Toda árvore precisa ser podada para crescer forte e dar
muitos frutos:
Deus sempre permite que nossos galhos e folhas sejam podados,
através da poda, nossa estrutura se torna mais forte.
Um soldado é treinado de forma extrema para que resista ao
peso de uma guerra. Deus permite que passemos pelo deserto, pelas dificuldades
da vida, para treinar o nosso espírito. Esperar que algo se cumpra no tempo de
Deus também é uma poda, assim como as luta, a rejeição, a injúria e, assim por
diante. Tudo o que nos faz crescer em experiência é um tipo de poda, por isso,
não devemos murmurar, apenas devemos ter fé, perseverar e esperar pela vitória.
Todo jardineiro sabe que de tempos em tempos é necessário
realizar uma poda numa plantação. A poda também permite que alguns parasitas
que aniquilam o desenvolvimento de uma planta sejam arrancados. Nosso orgulho e
a nossa própria vontade são parasitas que impedem o nosso crescimento
espiritual e, Deus entende que, às vezes, é necessário nos podar para não
pensemos que somos tão capazes!
A satisfação do resultado de uma poda nunca é experimentada
em seu exato momento, tanto para a árvore quanto para aquele que a poda, os seus
efeitos vem sempre depois de algum tempo. Existe um tempo para poda e um tempo
para colhermos os frutos, em Eclesiastes 3.1, a Bíblia nos afirma que há tempo
para todas as coisas: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo
propósito debaixo do sol.” (Eclesiastes 3.1)
Imagino que, quando Deus está a nos podar, é como se Ele
estivesse nos dizendo: “Isso dói mais em mim do que em você”, “Isso é para o
seu próprio bem”, “Mais tarde, você vai me agradecer por isso.”
Com certeza, a poda é uma ação de Deus para que venhamos a
dar mais frutos. “Eu Sou a Videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a
vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para
que dê mais fruto.” (João 15.1-2)
- Uma árvore que dá muitos frutos pode saciar a fome de
muitos:
Deus quer te usar para matar a fome do mundo. No mundo, há
fome de paz, amor, e, tantas outras coisas... O mundo apanha as migalhas dos
bons sentimentos e, em muitas vezes, por um servo de Deus experimentar demasiadamente
as maravilhas da Presença do Pai, acaba se tornando um pouco insensível a toda carência
que há no mundo. “A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo
amargo é doce.” (Provérbios 27.7) A fome espiritual não tem nos assolado, mas,
o mundo necessita urgentemente dos benefícios concedidos pela Presença de Deus.
Pela quantidade de assolações que tem acontecido hoje, me
arrisco a dizer que, se Jesus caminhasse fisicamente entre nós mais uma vez, é bem
possível que o número de pessoas que O acompanhariam seria muitíssimo superior ao
daquela época. O mundo está absurdamente carente de Deus.
Que preguemos o Evangelho sem cessar e o encaremos como mais
do que uma obrigação, assim como fez Paulo. “Porque, se anuncio o Evangelho,
não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se
não anunciar o Evangelho!” (1 Coríntios 9.16) Somos convocados por Deus para
apresentar o Evangelho a todos.
- Quanto mais forte e profunda é a raiz de uma árvore, maior
será a sua resistência diante dos vendavais:
Essa afirmação me faz lembrar do bambu...O bambu é altamente
resistente ao vento, sua raiz é imensa. O bambu pode até se curvar, mas, não se
quebra, já o eucalipto, por exemplo, por ter a sua raiz mais superficial, é
facilmente derrubado por vendavais.
Como está a nossa raiz? Será que temos procurado firmá-la em
Deus? Será que temos buscado as águas do Espírito para nutrir a nossa raiz e
deixa resistente? Devemos nos fortalecer em Deus, sempre que possível. “E o
Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória,
depois de haverdes padecido um pouco, Ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará,
fortificará e fortalecerá.” (1 Pedro 5.10)
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força
do Seu poder.” (Efésios 6.10)
A oração, o jejum e a leitura da palavra ajudam diretamente
no fortalecimento de nossas raízes.
- Somente uma árvore que dá frutos recebe pedradas:
É muito comum vermos crianças atirando pedras em árvores quando
estão carregadas de frutos, isso não acontece quando não há frutos nas mesmas. Nossos
frutos podem atrair por seu sabor... Pessoas podem se agradar dos nossos
conselhos, do nosso carinho e de outras características, pois, é comum procurarmos
aqueles que nos acrescentam em alguma coisa, ou seja, aqueles que nos abençoam
com a sua vida. Em contrapartida ao reconhecimento pelo bem que doamos a
alguém, também existem aqueles que se levantam para nos apedrejar, movidos por
inveja, ou, por outro tipo de sentimento prejudicial a eles próprios... Pedradas
são manifestações claras daqueles que poderiam ser tão abençoados quanto você,
mas, que ainda não aprenderam a se alegrar quando Deus honra o próximo.
As pedradas e perseguições sempre farão parte da vida de um
discípulo de Cristo. “Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior
do que o seu Senhor. Se a Mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se
guardaram a Minha palavra, também guardarão a vossa.” (João 15.20)
Não se importe com as pedradas, antes, permaneça caminhando
e dando frutos. Se quisermos glorificar a Deus, devemos dar frutos a todo instante.
“Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis Meus
discípulos.” (João 15.8)
Que Deus abençoe a todos!