Nessa postagem abordaremos a Ética Cristã em relação ao sexo, de acordo com a visão bíblica.
O CRISTÃO E A SEXUALIDADE (Gênesis
1.27)
O que Deus fez como sendo bom, fruto de seu amor para com o
ser criado, no Édem; o diabo encarregou-se de transformar em algo pecaminoso e
vil. Quando Deus fez o primeiro casal, incluiu em sua estrutura emocional e física, os órgãos e o instinto sexual. E o
fez com propósitos muito elevados, como tudo que o Criador realizou. Dessa
forma, a sexualidade faz parte da vida de qualquer ser humano. No casamento, a
sexualidade exerce papel fundamental, indispensável para o bom relacionamento
entre os cônjuges, dentro do plano de Deus para o matrimônio. Fora do
matrimônio, no entanto, a Bíblia nos alerta para as práticas indignas,
reprovadas de modo incisivo e claro, diante de Deus. Desejamos ressaltar alguns
pontos importantes neste capítulo, com base na ética cristã, e na Bíblia
Sagrada.
1 - VISÃO BÍBLICA DO SEXO:
a) O SEXO FOI FEITO POR DEUS
O Criador fez o homem, incluindo o sexo. E “viu que tudo era bom.” (Gênesis 1.31) As mãos que fizeram os olhos, o cérebro, o coração, os pulmões,
o aparelho digestivo, os ossos, as veias, e outros órgãos, também fizeram
os órgãos sexuais.
b) O HOMEM
PARTICIPANDO DA CRIAÇÃO
“Se Deus quisesse, Ele que é onipotente, poderia ter feito o
homem de modo diferente. Sendo o homem a imagem e semelhança de Deus, Ele quis
que o criado participasse diretamente da procriação de novos seres, dando-lhe,
no corpo, instrumentos maravilhosos, que são as glândulas, os órgãos e o instinto
sexual.”
A procriação, portanto, é a continuação do ato criador de
Deus, através do homem. Neste plano, observamos que há princípios dentro da
vontade Deus.
c) A RELAÇÃO
SEXUAL É PRIVATIVA DOS CASADOS
A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros,
mas a casados: “macho e fêmea os criou.” (Gênesis 1.27) Deus exorta o homem a desfrutar o sexo com a esposa e não com a
namorada ou a noiva. Em Cantares de Salomão, tem-se a exaltação do amor
conjugal e não entre solteiros (Cantares
4.1-12; Efésios 5.22-25).
2 - O SEXO E A VIVÊNCIA CRISTÃ:
a) SUA NATUREZA
A natureza do sexo em si não é pecaminosa nem má. A Bíblia
diz que quando acabou de criar todas as coisas, incluindo o homem “...viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis
que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto.” (Gênesis 1.31) Não é correto ver o sexo como
coisa imoral, feia, ou suja, Deus não faria nada ruim. O descobrimento dessa
realidade tem levado muitos a formar uma visão distorcida do sexo.
b) SUA
FINALIDADE
Não há só uma finalidade para a prática da relação sexual.
Há quem pregue que só deve ser praticado o sexo com fins reprodutivos. De
acordo com a Bíblia, não é bem assim. Há mais de uma finalidade na relação
sexual:
Procriação (Gênesis
1.27,28)
O salmista teve a revelação de que o ser humano é formado.
Em sua meditação sobre esse tema, ele exclamou (Salmos 139.13-16).
A procriação “é o ato
criador de Deus, através do homem”.
c) AJUSTAMENTO
ENTRE O CASAL
Em 1Coríntios 7.1-5,
vemos uma orientação muito importante do apóstolo Paulo sobre a ética cristã em
relação ao sexo.
Nesta palavra do apóstolo, percebemos que quatro princípios
estão sendo considerados:
1 - Primeiro, o
princípio da prevenção v.2
“Mas, por causa da
prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu
próprio marido.”
(v.2) Com isso, dois aspectos são
destacados. Primeiro, que o
casamento monogâmico é remédio adequado para que se evite a prostituição, o
adultério. Segundo, reforça a visão
de Cristo sobre a monogamia “cada um... sua
própria mulher”, “cada uma... o seu próprio...”. Ainda que no Antigo
Testamento Deus tenha tolerado a poligamia, na nova aliança tal prática não tem
a aprovação neotestamentária.
2 - Segundo, o
princípio do mútuo dever ou direito v.3
“O marido pague à
mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido.” (v.3) É o dever do amor conjugal, no que
tange ao atendimento da necessidade sexual o
direito de cada cônjuge. Na ética cristã, a união sexual é tão importante,
que é vista como um dever por parte de um, e um direito por parte do outro cônjuge.
3 - Terceiro, o
princípio da autoridade mútua v.4
"A mulher não tem
poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma
maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.” (v.4)
O texto aqui não se refere à autoridade por imposição, mas pelo amor conjugal.
4 - Quarto, o
princípio da abstinência consentida v.5
Os cônjuges podem abster-se da prática sexual, porém
mediante algumas condições. Podem separar-se, no leito conjugal, sob três
condições: por consentimento mútuo, por algum tempo, e para dedicar-se à
oração.
5 - Satisfação
(bem-estar, prazer)
Vários textos nos mostram que Deus, no seu amor, incentiva o
casal a desfrutar desse prazer, que foi criado por Ele. Em Provérbios 5.18-23, lemos isso.
Aqui, vemos sábio exortar os cônjuges a desfrutarem o sexo,
sem ao menos falar em filhos. O homem é advertido contra “a mulher estranha”, a adúltera, e é incentivado a valorizar a
união conjugal honesta e santa, exaltando a monogamia, a fidelidade, e
incentivando o prazer. Ver Eclesiastes 9.9; Cantares
4.1-12; 7.1-9. No Antigo Testamento, a lua-de-mel durava um ano! Ver Deuteronômio 24.5.
d) COMO DEVE
SER, NO PLANO DE DEUS
A união sexual do cristão, numa visão da ética bíblica, deve
obedecer a quatro aspectos:
1 - Deve Ser
Exclusiva ou Monogâmica (Gênesis 2.24; Provérbios 5.17)
Vemos que o Senhor Jesus corroborou a união monogâmica,
reafirmando o propósito original do Criador, que decretou a separação do homem
em relação ao seu pai e à sua mãe, para unir-se à sua mulher, e não às suas mulheres.
O mesmo sentido se observa, no caso de separação e novo casamento, quando o
Senhor se refere “à repudiada” e não “às repudiadas”. A falta de
respeito a esse ensino cristão tem levado muitos homens e mulheres à
infelicidade, com a destruição do casamento, do lar e da família.
2 - Deve Ser
Alegre (Provérbios 5.18)
O casal tem direito de se alegrar com prática sexual. O
texto de Provérbios, acima reverenciado, diz: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua
mocidade”. Se o cristão não desfruta ou impede que seu cônjuge desfrute do
prazer sexual, legítimo, lícito e santo, está defraudando o outro (1 Coríntios 7.5), e adotando uma postura alheia a
visão bíblica.
3 - Deve Ser Santa
A santidade deve permear toda a vida do cristão; a relação
sexual, ao mesmo tempo cheia de prazer, deve contribuir para o ajustamento
espiritual do casal, num clima de santidade, considerando que o corpo é templo
do Espírito Santo.
Assim, práticas ilícitas,
aberrações, bestialidades e outras formas sujas de práticas sexuais, não
devem ser permitidas pelo casal. A Bíblia tem solene e profunda exortação
quanto à santidade. Em 1Pedro 1.5,
lemos isso.
Este ensino aplica-se a todas as áreas da vida, incluindo de
modo especial a vida sexual do cristão. Paulo também doutrina a respeito da
santidade do corpo (1Tessalonicenses 4.3-7).
4 - Deve Ser
Natural (Cantares 2.6; 8.3)
Sexo anal e sexo oral não são naturais;
doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão ceifando vidas, principalmente a AIDS. A
relação sexual, sob a orientação bíblica e a sugestão da natureza é a forma mais
simples e elesejável para os que preferem manter o corpo como templo do
Espírito Santo e propriedade de Deus (1 Coríntios
6.19,20).
O SEXO FORA DO
CASAMENTO É PECADO:
É um pecado que a Bíblia chama de fornicação (Gálatas 5.19; 1 Coríntios 6.18). O sexo, atualmente,
tem sido um instrumento do diabo para a destruição de vidas, ao lado das
drogas, do crime e de outros meios destrutivos. A infidelidade conjugal tem
assumido proporções alarmantes.
A seguir, temos um resumo das práticas condenadas pela
Bíblia, do sexo pré e extramarital:
a) FORNICAÇÃO
É a prática do sexo entre solteiros. A Bíblia, como Palavra
de Deus, nos adverte solenemente. “Porque
bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou impuro... tem herança no Reino de
Cristo e Deus.” (Efésioa 5-5a) ; e também em 1Tm 1.10. No Apocalipse, lemos isso (Apocalipse 21.8).
b) ADULTÉRIO
É a relação sexual entre pessoas casadas com pessoas que não
são seus cônjuges. O leito conjugal precisa ser bem aproveitado, e a união
sexual, legítima entre os casados, deve continuar sendo fator de integração,
não apenas física, afetiva, mas também espiritual. Deus se agrada da união
entre os casados, especialmente entre cristãos: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula.” (Hebreus 13.4a). Diz a Palavra. Deus rejeita
aquele que é infiel à sua esposa, e o rejeita, não aceitando suas ofertas e
seus sacrifícios. Até as orações não são recebidas por Deus, quando o marido
não coabita com sua mulher com entendimento, e vice-versa.
O homem, ou a mulher cristã, deve tomar em consideração esta
advertência solene e grave da Bíblia: Se
alguém destruir o seu próprio corpo, pelo pecado, Deus o destruirá. Mais
clara, ainda, é a exortação, quando lemos o trecho de 1Co 6.18-20.
c) PROSTITUIÇÃO
Num sentido geral, envolve
todo o pecado do sexo; num sentido estrito, é a relação com prostitutas,
infidelidade, Deus proibe.
No Novo Testamento, de igual modo, a prostituição é
reprovada com extrema clareza. Paulo, escrevendo aos Coríntios, ensinou (1 Coríntios 6.15-20).
Neste texto, a exortação bíblica expressa o mais claro
posicionamento ético contra a prostituição. Paulo destaca o sentido espiritual
do nosso corpo, considerando-os “membros
de Cristo”. Séria é a constatação feita pelo escritor aos Coríntios de que
o pecado de prostituição tem uma singularidade. Enquanto outros pecados são
cometidos “fora do corpo”, o de
prostituição constitui-se num pecado ”contra
o seu próprio corpo”.
Mais forte ainda é a interrogação com caráter conclusivo de
que “o nosso corpo é templo do Espírito
Santo...” e que esse corpo foi comprado por Deus, sendo, assim, propriedade
dele. Na ética cristã, portanto, não há espaço para que se justifique qualquer
tipo de prostituição sexual, sob pena de se destruir o templo de Deus, “que é santo”, e incorrer-se em sua
pena, sendo destruído pelo Criador do corpo (1 Coríntios 3.17). O cristão não se guia nem se orienta por valores
invertidos e controvertidos da sociedade sem Deus. Esta, muitas vezes se
autodenominando cristã, nada tem de Cristo em seu comportamento. Os que servem
a Deus têm a Bíblia como regra de fé e prática. O livro Sagrado considera o
adultério como pecado grave, passível de severo castigo. Adultério é
infidelidade conjugal em seu mais alto nível de pecaminosidade.
A infidelidade conjugal não passa de um instrumento
diabólico para a destruição e desagregação da família. A Bíblia diz que o
marido deve amar a sua esposa da mesma forma que Cristo ama a Igreja. Ora, o
Senhor ama a Igreja com sinceridade e, sobretudo, com fidelidade. Esta
fidelidade é tão grande, que “se formos
infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2 Timóteo 2.13) O cristão não tem outra
opção, a não ser condenar de modo claro e veemente a prostituição, usando
Palavra de Deus, que é a “espada do Espírito”; rejeitando todo e qualquer tipo
de falácia que defenda esse mercado abominável de pecaminosidade.
d) HOMOSSEXUALISMO
É a relação de pessoas do
mesmo sexo. Teólogos liberais tem procurado manipular os textos
bíblicos, afirmando que o homossexualismo não é reprovado nas Escrituras. Esses argumentos são falhos, por razões bem claras fundamentadas
nas Escrituras:
1 - Primeiro, a
origem do ser humano
Deus, no princípio, não uniu dois “machos” ou duas “fêmeas”,
mas diz a Bíblia: “E criou Deus o homem à
sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” (Gênesis 1.27) Mais adiante, diz o texto
bíblico: “E disse o Senhor Deus: Não é
bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.” (Gênesis 2.18) E, depois, acrescenta: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua
mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gênesis 2.24) Nas origens do ser humano, não
se pode ver na Bíblia qualquer vislumbre de uma união homossexual.
O homem
seria “uma carne” com seu marido, e não com outra mulher.
2 - Segundo,
porque no Antigo Testamento, a condenação é expressa
No episódio de Sodoma
e Gomorra. Neste caso, vê-se que,
dentre tantos pecados, a prática homossexual era bastante difundida. A Bíblia
mostra que Deus não suportou o pecado de Sodoma e Gomorra, destruindo aquelas
cidades e outras em sua vizinhança (Gênesis
13.13; 18.20,21). O homossexualismo era visto como abominação ao Senhor (Levítico
20.13).
3 - Terceiro,
porque o Novo Testamento condena o homossexualismo
No Novo Testamento, de igual modo, encontramos clara
reprovação à prática homossexual, principalmente nos textos paulinos, sendo uma
verdadeira afronta ao apóstolo dos gentios considerá-lo um homossexual. Lemos isso em 1 Coríntios 6.10.
No grego do Novo Testamento, a palavra efeminado é malakoi, que significa “macio ao toque”, referindo-se ao
homossexual que faz o papel passivo, “como
se fosse mulher”. A segunda palavra,
sodomitas, no grego é arsenokoitai,
com o significado de “macho na cama”,
referindo-se ao homossexual ativo, que faz o papel de homem. Tanto ladrões,
como bêbados, maldizentes e homossexuais ativos e passivos, todos são considerados
indignos de entrarem no Reino de Deus, ou seja, se serem salvos. Outra lista de
pecados, escrita por Paulo, inclui os sodomitas como transgressores da Lei (1 Timóteo 1.9-11).
Em Romanos 1.26, Paulo
ressalta que os pecadores pervertidos são alvo da reprovação divina. No Novo
Testamento, a condenação a tais práticas é clara e veemente. Na sequência dos
versículos, Paulo afirma que aqueles pecadores estão cheios de “iniquidade, prostituição, maldade”, sendo
homicidas, contendores, enganosos, malignos, “aborrecedores de Deus”,
injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai
e à mãe... os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os
que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que a
s fazem.” (Romanos 1.29-32; Provérbios 28.13)
e) MASTURBAÇÃO
A masturbação é definida como “ato de masturbar-se, vício solitário: onanismo”. Com esse ato, a
pessoa obtém o orgasmo mediante a manipulação dos órgãos sexuais ou com o uso
de algum instrumento próprio. Entendemos que se trata de pecado, pelo fato de
contrariar o plano de Deus para o uso dos órgãos sexuais, que deve ser
desfrutado por duas pessoas, casadas, de sexo oposto. Quem pratica masturbação
pode viciar-se pelas seguintes razões:
1) o predomínio do
corpo sobre o espírito;
2) expressão de
narcisismo (sexo egoísta);
3) ejaculomania,
que pode levar à ejaculação precoce;
4) fixação na
parte genital, desprezando a parte emocional e afetiva do sexo;
5) o prazer como fim, não havendo amor, indispensável para uma
relação agradável.
Diante disso, aconselhamos os jovens a não se deixar dominar
pela masturbação.
(...)
(Continua na Parte 4)