domingo, 10 de julho de 2011

Entendendo A Ética Cristã - Parte 3



Nessa postagem abordaremos a Ética Cristã em relação ao sexo, de acordo com a visão bíblica.
O CRISTÃO E A SEXUALIDADE (Gênesis 1.27)

O que Deus fez como sendo bom, fruto de seu amor para com o ser criado, no Édem; o diabo encarregou-se de transformar em algo pecaminoso e vil. Quando Deus fez o primeiro casal, incluiu em sua estrutura emocional e física, os órgãos e o instinto sexual. E o fez com propósitos muito elevados, como tudo que o Criador realizou. Dessa forma, a sexualidade faz parte da vida de qualquer ser humano. No casamento, a sexualidade exerce papel fundamental, indispensável para o bom relacionamento entre os cônjuges, dentro do plano de Deus para o matrimônio. Fora do matrimônio, no entanto, a Bíblia nos alerta para as práticas indignas, reprovadas de modo incisivo e claro, diante de Deus. Desejamos ressaltar alguns pontos importantes neste capítulo, com base na ética cristã, e na Bíblia Sagrada.

1 - VISÃO BÍBLICA DO SEXO:

a) O SEXO FOI FEITO POR DEUS
O Criador fez o homem, incluindo o sexo. E “viu que tudo era bom.” (Gênesis 1.31) As mãos que fizeram os olhos, o cérebro, o coração, os pulmões, o aparelho digestivo, os ossos, as veias, e outros órgãos, também fizeram os órgãos sexuais.

b) O HOMEM PARTICIPANDO DA CRIAÇÃO
“Se Deus quisesse, Ele que é onipotente, poderia ter feito o homem de modo diferente. Sendo o homem a imagem e semelhança de Deus, Ele quis que o criado participasse diretamente da procriação de novos seres, dando-lhe, no corpo, instrumentos maravilhosos, que são as glândulas, os órgãos e o instinto sexual.”
A procriação, portanto, é a continuação do ato criador de Deus, através do homem. Neste plano, observamos que há princípios dentro da vontade Deus.

c) A RELAÇÃO SEXUAL É PRIVATIVA DOS CASADOS
A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros, mas a casados: “macho e fêmea os criou.” (Gênesis 1.27) Deus exorta o homem a desfrutar o sexo com a esposa e não com a namorada ou a noiva. Em Cantares de Salomão, tem-se a exaltação do amor conjugal e não entre solteiros (Cantares 4.1-12; Efésios 5.22-25).

2 - O SEXO E A VIVÊNCIA CRISTÃ:

a) SUA NATUREZA
A natureza do sexo em si não é pecaminosa nem má. A Bíblia diz que quando acabou de criar todas as coisas, incluindo o homem “...viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto.” (Gênesis 1.31) Não é correto ver o sexo como coisa imoral, feia, ou suja, Deus não faria nada ruim. O descobrimento dessa realidade tem levado muitos a formar uma visão distorcida do sexo.

b) SUA FINALIDADE
Não há só uma finalidade para a prática da relação sexual. Há quem pregue que só deve ser praticado o sexo com fins reprodutivos. De acordo com a Bíblia, não é bem assim. Há mais de uma finalidade na relação sexual:
Procriação (Gênesis 1.27,28)
O salmista teve a revelação de que o ser humano é formado. Em sua meditação sobre esse tema, ele exclamou (Salmos 139.13-16).
A procriação “é o ato criador de Deus, através do homem”.

c) AJUSTAMENTO ENTRE O CASAL
Em 1Coríntios 7.1-5, vemos uma orientação muito importante do apóstolo Paulo sobre a ética cristã em relação ao sexo.
Nesta palavra do apóstolo, percebemos que quatro princípios estão sendo considerados: 
1 - Primeiro, o princípio da prevenção v.2
“Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.” (v.2) Com isso, dois aspectos são destacados. Primeiro, que o casamento monogâmico é remédio adequado para que se evite a prostituição, o adultério. Segundo, reforça a visão de Cristo sobre a monogamia “cada um... sua própria mulher”, “cada uma... o seu próprio...”. Ainda que no Antigo Testamento Deus tenha tolerado a poligamia, na nova aliança tal prática não tem a aprovação neotestamentária.

2 - Segundo, o princípio do mútuo dever ou direito v.3
“O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido.” (v.3) É o dever do amor conjugal, no que tange ao atendimento da necessidade sexual o direito de cada cônjuge. Na ética cristã, a união sexual é tão importante, que é vista como um dever por parte de um, e um direito por parte do outro cônjuge.

3 - Terceiro, o princípio da autoridade mútua v.4
"A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.” (v.4) O texto aqui não se refere à autoridade por imposição, mas pelo amor conjugal.

4 - Quarto, o princípio da abstinência consentida v.5
Os cônjuges podem abster-se da prática sexual, porém mediante algumas condições. Podem separar-se, no leito conjugal, sob três condições: por consentimento mútuo, por algum tempo, e para dedicar-se à oração.

5 - Satisfação (bem-estar, prazer)
Vários textos nos mostram que Deus, no seu amor, incentiva o casal a desfrutar desse prazer, que foi criado por Ele. Em Provérbios 5.18-23, lemos isso.
Aqui, vemos sábio exortar os cônjuges a desfrutarem o sexo, sem ao menos falar em filhos. O homem é advertido contra “a mulher estranha”, a adúltera, e é incentivado a valorizar a união conjugal honesta e santa, exaltando a monogamia, a fidelidade, e incentivando o prazer. Ver Eclesiastes 9.9; Cantares 4.1-12; 7.1-9. No Antigo Testamento, a lua-de-mel durava um ano! Ver Deuteronômio 24.5.

d) COMO DEVE SER, NO PLANO DE DEUS
A união sexual do cristão, numa visão da ética bíblica, deve obedecer a quatro aspectos:
1 - Deve Ser Exclusiva ou Monogâmica (Gênesis 2.24; Provérbios 5.17)
Vemos que o Senhor Jesus corroborou a união monogâmica, reafirmando o propósito original do Criador, que decretou a separação do homem em relação ao seu pai e à sua mãe, para unir-se à sua mulher, e não às suas mulheres. O mesmo sentido se observa, no caso de separação e novo casamento, quando o Senhor se refere “à repudiada” e não “às repudiadas”. A falta de respeito a esse ensino cristão tem levado muitos homens e mulheres à infelicidade, com a destruição do casamento, do lar e da família.

2 - Deve Ser Alegre (Provérbios 5.18)
O casal tem direito de se alegrar com prática sexual. O texto de Provérbios, acima reverenciado, diz: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade”. Se o cristão não desfruta ou impede que seu cônjuge desfrute do prazer sexual, legítimo, lícito e santo, está defraudando o outro (1 Coríntios 7.5), e adotando uma postura alheia a visão bíblica.

3 - Deve Ser Santa
A santidade deve permear toda a vida do cristão; a relação sexual, ao mesmo tempo cheia de prazer, deve contribuir para o ajustamento espiritual do casal, num clima de santidade, considerando que o corpo é templo do Espírito Santo.
Assim, práticas ilícitas, aberrações, bestialidades e outras formas sujas de práticas sexuais, não devem ser permitidas pelo casal. A Bíblia tem solene e profunda exortação quanto à santidade. Em 1Pedro 1.5, lemos isso.
Este ensino aplica-se a todas as áreas da vida, incluindo de modo especial a vida sexual do cristão. Paulo também doutrina a respeito da santidade do corpo (1Tessalonicenses 4.3-7).

4 - Deve Ser Natural (Cantares 2.6; 8.3)
Sexo anal e sexo oral não são naturais; doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão ceifando vidas, principalmente a AIDS. A relação sexual, sob a orientação bíblica e a sugestão da natureza é a forma mais simples e elesejável para os que preferem manter o corpo como templo do Espírito Santo e propriedade de Deus (1 Coríntios 6.19,20).

O SEXO FORA DO CASAMENTO É PECADO:
É um pecado que a Bíblia chama de fornicação (Gálatas 5.19; 1 Coríntios 6.18). O sexo, atualmente, tem sido um instrumento do diabo para a destruição de vidas, ao lado das drogas, do crime e de outros meios destrutivos. A infidelidade conjugal tem assumido proporções alarmantes.
A seguir, temos um resumo das práticas condenadas pela Bíblia, do sexo pré e extramarital:

a) FORNICAÇÃO
É a prática do sexo entre solteiros. A Bíblia, como Palavra de Deus, nos adverte solenemente. “Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou impuro... tem herança no Reino de Cristo e Deus.” (Efésioa 5-5a) ; e também em 1Tm 1.10. No Apocalipse, lemos isso (Apocalipse 21.8).

b) ADULTÉRIO
É a relação sexual entre pessoas casadas com pessoas que não são seus cônjuges. O leito conjugal precisa ser bem aproveitado, e a união sexual, legítima entre os casados, deve continuar sendo fator de integração, não apenas física, afetiva, mas também espiritual. Deus se agrada da união entre os casados, especialmente entre cristãos: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula.” (Hebreus 13.4a). Diz a Palavra. Deus rejeita aquele que é infiel à sua esposa, e o rejeita, não aceitando suas ofertas e seus sacrifícios. Até as orações não são recebidas por Deus, quando o marido não coabita com sua mulher com entendimento, e vice-versa.
O homem, ou a mulher cristã, deve tomar em consideração esta advertência solene e grave da Bíblia: Se alguém destruir o seu próprio corpo, pelo pecado, Deus o destruirá. Mais clara, ainda, é a exortação, quando lemos o trecho de 1Co 6.18-20.

c) PROSTITUIÇÃO
Num sentido geral, envolve todo o pecado do sexo; num sentido estrito, é a relação com prostitutas, infidelidade, Deus proibe.
No Novo Testamento, de igual modo, a prostituição é reprovada com extrema clareza. Paulo, escrevendo aos Coríntios, ensinou (1 Coríntios 6.15-20).
Neste texto, a exortação bíblica expressa o mais claro posicionamento ético contra a prostituição. Paulo destaca o sentido espiritual do nosso corpo, considerando-os “membros de Cristo. Séria é a constatação feita pelo escritor aos Coríntios de que o pecado de prostituição tem uma singularidade. Enquanto outros pecados são cometidos “fora do corpo”, o de prostituição constitui-se num pecado ”contra o seu próprio corpo”.
Mais forte ainda é a interrogação com caráter conclusivo de que “o nosso corpo é templo do Espírito Santo...” e que esse corpo foi comprado por Deus, sendo, assim, propriedade dele. Na ética cristã, portanto, não há espaço para que se justifique qualquer tipo de prostituição sexual, sob pena de se destruir o templo de Deus, “que é santo”, e incorrer-se em sua pena, sendo destruído pelo Criador do corpo (1 Coríntios 3.17). O cristão não se guia nem se orienta por valores invertidos e controvertidos da sociedade sem Deus. Esta, muitas vezes se autodenominando cristã, nada tem de Cristo em seu comportamento. Os que servem a Deus têm a Bíblia como regra de fé e prática. O livro Sagrado considera o adultério como pecado grave, passível de severo castigo. Adultério é infidelidade conjugal em seu mais alto nível de pecaminosidade.
A infidelidade conjugal não passa de um instrumento diabólico para a destruição e desagregação da família. A Bíblia diz que o marido deve amar a sua esposa da mesma forma que Cristo ama a Igreja. Ora, o Senhor ama a Igreja com sinceridade e, sobretudo, com fidelidade. Esta fidelidade é tão grande, que “se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2 Timóteo 2.13) O cristão não tem outra opção, a não ser condenar de modo claro e veemente a prostituição, usando Palavra de Deus, que é a “espada do Espírito”; rejeitando todo e qualquer tipo de falácia que defenda esse mercado abominável de pecaminosidade.

d) HOMOSSEXUALISMO
É a relação de pessoas do mesmo sexo. Teólogos liberais tem procurado manipular os textos bíblicos, afirmando que o homossexualismo não é reprovado nas Escrituras. Esses argumentos são falhos, por razões bem claras fundamentadas nas Escrituras:
1 - Primeiro, a origem do ser humano
Deus, no princípio, não uniu dois “machos” ou duas “fêmeas”, mas diz a Bíblia: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” (Gênesis 1.27) Mais adiante, diz o texto bíblico: “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.” (Gênesis 2.18) E, depois, acrescenta: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gênesis 2.24) Nas origens do ser humano, não se pode ver na Bíblia qualquer vislumbre de uma união homossexual.
O homem seria “uma carne” com seu marido, e não com outra mulher.

2 - Segundo, porque no Antigo Testamento, a condenação é expressa
No episódio de Sodoma e Gomorra. Neste caso, vê-se que, dentre tantos pecados, a prática homossexual era bastante difundida. A Bíblia mostra que Deus não suportou o pecado de Sodoma e Gomorra, destruindo aquelas cidades e outras em sua vizinhança (Gênesis 13.13; 18.20,21). O homossexualismo era visto como abominação ao Senhor (Levítico 20.13).

3 - Terceiro, porque o Novo Testamento condena o homossexualismo
No Novo Testamento, de igual modo, encontramos clara reprovação à prática homossexual, principalmente nos textos paulinos, sendo uma verdadeira afronta ao apóstolo dos gentios considerá-lo um homossexual. Lemos isso em 1 Coríntios 6.10.
No grego do Novo Testamento, a palavra efeminado é malakoi, que significa “macio ao toque”, referindo-se ao homossexual que faz o papel passivo, “como se fosse mulher”. A  segunda palavra, sodomitas, no grego é arsenokoitai, com o significado de “macho na cama”, referindo-se ao homossexual ativo, que faz o papel de homem. Tanto ladrões, como bêbados, maldizentes e homossexuais ativos e passivos, todos são considerados indignos de entrarem no Reino de Deus, ou seja, se serem salvos. Outra lista de pecados, escrita por Paulo, inclui os sodomitas como transgressores da Lei (1 Timóteo 1.9-11).
Em Romanos 1.26, Paulo ressalta que os pecadores pervertidos são alvo da reprovação divina. No Novo Testamento, a condenação a tais práticas é clara e veemente. Na sequência dos versículos, Paulo afirma que aqueles pecadores estão cheios de “iniquidade, prostituição, maldade”, sendo homicidas, contendores, enganosos, malignos, “aborrecedores de Deus”, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e à mãe... os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que a s fazem.” (Romanos 1.29-32; Provérbios 28.13)

e) MASTURBAÇÃO
A masturbação é definida como “ato de masturbar-se, vício solitário: onanismo”. Com esse ato, a pessoa obtém o orgasmo mediante a manipulação dos órgãos sexuais ou com o uso de algum instrumento próprio. Entendemos que se trata de pecado, pelo fato de contrariar o plano de Deus para o uso dos órgãos sexuais, que deve ser desfrutado por duas pessoas, casadas, de sexo oposto. Quem pratica masturbação pode viciar-se pelas seguintes razões:
1) o predomínio do corpo sobre o espírito;
2) expressão de narcisismo (sexo egoísta);
3) ejaculomania, que pode levar à ejaculação precoce;
4) fixação na parte genital, desprezando a parte emocional e afetiva do sexo;
5) o prazer como fim, não havendo amor, indispensável para uma relação agradável.
Diante disso, aconselhamos os jovens a não se deixar dominar pela masturbação.
(...) 
(Continua na Parte 4) 

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