segunda-feira, 11 de julho de 2011

Entendendo A Ética Cristã - Parte 4 (Final)


Nessa postagem final sobre a Ética Cristã, estaremos abordando as finanças e outros assuntos.

O CRISTÃO E AS FINANÇAS (1 Timóteo 6.16)

1 - TUDO O QUE SOMOS E TUDO O QUE TEMOS VEM DE DEUS

a) SOMOS SEUS FILHOS

Todas as pessoas pertencem a Deus, por direito de criação (Salmos 24.1). Todos os habitantes do planeta pertencem a Deus, uns, como criaturas; outros, como seus filhos. Nós, cristãos, temos algo a mais, pois somos filhos de Deus por criação, e também por direito de filiação, através da fé em Jesus (João 1.12).

Mas é exatamente por sermos filhos de Deus que devemos ter consciência não só dos nossos direitos, mas, também, dos nossos deveres sociais, morais, familiares e espirituais. O trato com o dinheiro merece um cuidado especial, pois o chamado “vil metal” tem feito muitos se tornarem ricos materialmente, mas miseráveis espiritualmente.

b) DEUS NOS DÁ TODAS AS COISAS

Na condição de filhos, nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos. Diz a Bíblia em Efésios1.3; Filipenses 4.19; Tiago 1.17.

Além de nos propiciar todas as bênçãos espirituais, por sermos seus filhos, Deus também nos dá bênçãos materiais (Mateus 6.11).

Devemos entender que aquilo que chamamos de “nosso”, na verdade, não é bem nosso. É linguagem comum, que não expressa a realidade das coisas, pois tudo é de Deus.

2 - COMO DEVEMOS GANHAR O NOSSO DINHEIRO?

Afinal, como devemos ganhar o “nosso dinheiro”? Com base na Bíblia, anotamos as seguintes orientações: 

a) COM TRABALHO HONESTO

A ética bíblica nos orienta que devemos trabalhar com afinco. Disse Deus: No suor do teu rosto, comerás o teu pão...” (Gn 3.19a) Paulo escreveu, dizendo sobre isso em 1 Tessalonicenses 2.9; 1 Tessalonicenses 4.11. Estes textos, tomando o exemplo do apóstolo, nos orienta que devemos trabalhar de modo diurno, “para não sermos pesados” a ninguém. Trabalho honesto, portanto, é trabalhar com dedicação; é procurar viver quieto, tratando dos próprios negócios, trabalhando com as próprias mãos.

b) FUGINDO DAS PRÁTICAS ILÍCITAS

O cristão não deve recorrer a meios ou práticas ilícitas para ganhar dinheiro, como o jogo, o bingo, a rifa, as loterias, e outras formas “fáceis” de buscar riquezas. Em Provérbios, lemos: “O homem fiel abundará em bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará sem castigo.” (Provérbios 28.20)

c) FUGINDO DA AVAREZA

Avareza é o amor ao dinheiro. É uma escravidão ao vil metal. Diz a Bíblia: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se transpassaram a si mesmos com muitas dores.” (1 Timóteo 6.10) Deus não condena a riqueza em si, mas a ambição, a cobiça e a avareza.

d) FUGINDO DA PREGUIÇA

O trabalho diurno deve ser realizado pelo cristão. A preguiça não condiz com a condição de quem é nascido de novo. Jesus deu exemplo, dizendo em João 5.17. O livro de Provérbios é rico em diversas exortações contra a preguiça, leia em Provérbios 6.6-11.

3 - COMO O CRISTÃO DEVE UTILIZAR O DINHEIRO

a) NA IGREJA DO SENHOR

Na igreja, há várias maneiras pelas quais o cristão pode e deve contribuir de modo positivo e abençoado, contribuindo para o engrandecimento e manutenção da Obra do Senhor.

1 - Pagando os dízimos do Senhor

No livro de Malaquias, já nos tempos da Lei, vemos que Deus corroborando dever de se pagar o dízimo, levando-o à “casa do tesouro”, que, nos dias recentes, nada mais é do que a tesouraria da igreja local. Vejamos o que diz o texto bíblico: “Roubará o homem a Deus?” (Malaquias 3.8-12)

No Novo Testamento, vemos também a confirmação da obrigação de se entregar o dízimo na casa do Senhor. É bom lembrar-nos de que o dízimo deve ser dado do bruto da renda, e não do líquido, deve ser das “primícias da renda”. Leia Provérbios 3.9,10.

2 - Contribuindo com ofertas

Em segundo lugar, o crente fiel deve contribuir com ofertas alçadas (levantadas), de modo voluntário, como prova de sua gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas.

3 - Os recursos da igreja local

Não provém de governos ou de organismos financeiros. Toda vez que algum obreiro resolveu conseguir dinheiro para a igreja, em fontes estranhas ao que a Bíblia recomenda, acarretou problemas para o seu ministério e para os irmãos.

O que não se deve aceitar é a concessão de recursos públicos para as atividades-fim da igreja: evangelização, ensino, adoração, louvor, etc.

4 - Evitando dívidas fora do seu alcance

Muitos têm ficado em situação difícil, por causa do uso irracional do cartão de crédito (na verdade, cartão de débito). As dívidas podem provocar muitos males, tais como a falta de tranqüilidade (causando doenças); desavenças no lar; perda de autoridade e independência.

5 - Evitando os extremos

De um lado, há os avarentos, que se apegam demasiadamente à poupança, em detrimento do bem-estar dos familiares. São os “pães-duros”. De outro lado, há os que gastam tudo o que ganham, e compram o que não podem, às vezes para satisfazer o exibicionismo, a inveja de outros, ou a mera vaidade. Isso é obra do diabo.

6 - Se possível, comprar à vista

Faz bem quem só compra à vista. Se comprar a prazo, é necessário que o crente avalie sua renda, e quanto vai se comprometer com a prestação assumida, incluindo os juros.

7 - Não ficar por fiador

Outro cuidado importante é não ficar por fiador. A Bíblia não aconselha (Provérbios11.15; 17.18; 20.16; 22.26; 27.13).

8 - Fugir da agiotagem

É importante fugir do agiota. É maldição quem cai na mão dessas pessoas, que cobram “usura” ou juros extorsivos (Êxodo 22.25; Levítico 25.36). Esse tipo de atividade é ilícita e ilegal.

9 - Pagar os impostos (Romanos 13.17)
O cristão não deve ser sonegador porque isso não glorifica a Deus. É mandamento bíblico que paguemos os impostos.

10 - Pagar o salário do trabalhador

Se o cristão tem pessoas a seu serviço, crentes ou não, tem o dever de pagar corretamente o salário que lhe é devido (Tiago 5.1-5; Jeremias 22.13). Há quem argumente que não dá pra pagar o salário corretamente, pois o governo cobra encargos sociais elevados, evitando, inclusive, assinar a carteira de trabalho. É um raciocínio equivocado.

O CRISTÃO, OS VÍCIOS E OS JOGOS (Jeremias 17.11)
Não é comum um crente em Jesus Cristo na jogatina, viciado em bebida, drogas, ou em outro tipo de agente destruidor da moral, dos bons costumes ou da saúde. 
Além dos jogos, os vícios são inimigos corriqueiros e atacam lares em todo o mundo, destruindo vidas e famílias. Eles também prejudicam lares cristãos. Muitos pais choram, pedindo oração por filhos dominados pelos jogos de azar, e pelos vícios.
Meditemos neste tema, buscando o entendimento com base na Palavra de Deus.

a) BEBIDA ALCOÓLICA NO ANTIGO TESTAMENTO
Conforme estudo contido na Bíblia de Estudo Pentecostal, há algumas palavras hebraicas para “vinho”. A primeira delas eygyn, termos usado cerca de 141 vezes, indicando “vários tipos de vinhos fermentado ou não fermentado.” (Gênesis 9.20,21; 19.32,33) Por outro lado, yayn também se aplica ao “suco doce, não fermentado, da uva”. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida. Na Bíblia, vê-se que o uso do vinho fermentado sempre teve resultados prejudiciais.
A segunda palavra traduzida por vinho, No Antigo Testamento, era tirosh, com o significado de “vinho novo”, referindo-se à bebida extraída da vide, não-fermentada, ou o suco doce da uva (Deuteronômio 1.14; Provérbios 3.10; Joel 2.24). Ocorre 38 vezes no Antigo, sempre, referindo-se ao vinho não-fermentado. O yayn fermentado é sempre ligado à embriaguez, “é escarnecedor” (Provérbios 20.1; 23.31). O tirosh “tem bênção nele”  (Isaías 65.8).
Outra palavra que se refere ao vinho é shekar, que ocorre 23 vezes no Antigo Testamento. Também se traduz por “bebida forte” 1Sm 1.15; Nm 6.3. Segundo eruditos, shekar refere-se a bebida fermentada, extraída do suco de outras plantas, que não a videira, tais como de romã, de palmeira ou de tâmara. Essa palavra vem do verbo shakar, que quer dizer “beber à vontade”, “embriagar-se”.

b) O VINHO NO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento, a palavra grega mais usada para “vinho” é oinos, podemos referir-se tanto ao vinho fermentado, como ao não fermentado (suco de uva). Há um questionamento sobre o vinho que Jesus tomou na Santa Ceia. Uma análise mais cuidadosa dos textos bíblicos indica que o vinho utilizado por Jesus foi o suco da uva, não fermentado.
Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal (página 1518), Jesus e seus discípulos beberam no dito ato, suco de uva não fermentado”. O termo usado foi “fruto da vide”, indicando tratar-se do suco fresco da uva (Mateus 26.29; Marcos 14.25; Lucas 22.18). A BEP afirma que: “O vinho não fermentado é o único ‘fruto da vide’ verdadeiramente natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. O vinho fermentado não é produzido pela videira”.

c) ALCOOLISMO - DOENÇA OU PECADO?
A Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão pertencente à ONU, considera o alcoolismo uma “síndrome de causas múltiplas”; grande parte dos médicos, no mundo, o considera como doença. A Bíblia, no entanto, tem outra explicação. Nela, verificamos que o alcoolismo, a bebedeira e outros vícios, têm origem no pecado, e são vistos como atos pecaminosos, e meios que levam o homem a cometer outros erros mais graves.
Em Isaías 28.1, vemos a condenação de Efraim (Israel) pela soberba de seus embriagados. A primeira embriaguez foi experimentada por Nóe, logo após o dilúvio, e causou um grande mal à sua família.

d)  CONDENAÇÃO À BEBEDICE
A Bíblia não faz concessão à bebedice. O Senhor condenou os que se dão à bebida. Se fosse visto como doença, certamente teria outra forma de tratamento.

O SOFRIMENTO DOS VICIADOS
A Palavra de Deus registra a consequência da embriaguez. O escritor dos Provérbios anotou (Provérbios 23.29,30,33-35). Sofrimento, pesares, violência, queixas, adultério, prostituição, linguagem perversa, desequilíbrio mental (delirium tremens), câimbras, vômito, derrame, hipertensão, são apenas algumas das danosas consequências do alcoolismo.

O ALCOOLISMO NO NOVO TESTAMENTO
Advertindo sobre sua vinda, Jesus proferiu uma parábola sobre a vigilância, e condenou o servo infiel, comedor, espancador e beberrão, dizendo que sua parte seria com infiéis (Lucas 12.45,46). Paulo colocou no mesmo nível de condenação os bêbados, os devassos, os idólatras, os homossexuais e os ladrões, os quais não herdarão o Reino de Deus (1 Coríntios 6.9,10). É do apóstolo dos gentios a exortação igualmente incisiva com relação aos que se dão a bebedeira (Romanos 13.13,14). Não é só Paulo que condena a bebedice, Pedro, apóstolo de Jesus, em sua primeira epístola, também faz severa advertência, incluindo, de igual modo, a bebedice ao lado de atitudes e práticas abomináveis a Deus (1 Pedro 4.3-5).

2 - POSICIONAMENTO CRISTÃO:
Diante de tal visão sobre o alcoolismo, expressa na Palavra de Deus, o cristão não tem outra alternativa a não ser reprovar de modo claro e direto o uso de bebidas alcoólicas. Para tanto, não precisamos condenar as vítimas de bebida. O cristão verdadeiro está livre ce todos esses males.

a) O VINHO QUE JESUS TOMOU
Jesus transformou água em vinho, em seu primeiro milagre. Mas, naquela ocasião, o vinho tomado por Jesus certamente não foi fermentado.

b) NENHUMA CONCESSÃO
Entendemos que o cristão não deve tomar cerveja, champanhe ou outra bebida, considerada leve, tendo em vista o perigo que envolve tal prática. Lembremo-nos de que “o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.”   (Romanos 14.17).

O CRISTÃO E O FUMO
O fumo é uma droga. Com milhares de substâncias prejudiciais ao organismo humano, o cigarro mata mais do que muitas guerras sangrentas. Metais tóxicos, com o cádmio, manganês, cromo, zinco, ao lado do alcatrão e da nicotina, acabam matando os viciados. Diante de tal tragédia, o cristão não deve fumar, e contribuir para que o tabagismo seja erradicado. O fumo destrói o corpo, que é templo do Espírito Santo (1 Coríntios 3.17).

O CRISTÃO E AS DROGAS
Ao lado do fumo, da bebida alcoólica e de outras substâncias, as drogas são agentes utilizados pelo diabo para a destruição de vidas, principalmente de vidas de adolescente e jovens.
O cristão não deve concordar com o uso de drogas, nem contribuir direta ou indiretamente para seu tráfico. O melhor preventivo contra o vício da droga é o amor cristão entre pais e filhos, o diálogo, o bom relacionamento, o culto doméstico, desde cedo (Provérbios 22.6).

O CRISTÃO E OS JOGOS DE AZAR
O crente não deve gastar dinheiro com “o jogo, o bingo, a rifa, a loteria, e outras formas ‘fáceis’ de buscar riquezas”.

DEZ QUESTÕES ENVOLVENDO O JOGO DE AZAR
Há dez problemas a se considerar:
1 - O primeiro problema é o da cobiça, ou ambição (1 Timóteo 6.1).
Em Provérbios 28.22, lemos: “Aquele que tem um olho mau corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a pobreza”.
2 - O segundo problema é o da confiança.  
Se a pessoa recorre a jogos, ou à “sorte”, é porque não confia na providência divina.
3 - O terceiro problema é o da “produtividade”, ou seja, do trabalho eficaz. 
Se o crente resolve jogar, pensando em deixar de trabalhar, isso não é correto. Em Efésios 4.28, lemos: “Aquele que furtava não furte mais: antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.”
 
4 - O quarto problema é o da sabedoria. 
Sabendo que a jogatina baseia-se no fato de quanto as pessoas mais jogam, menos elas têm condições de ganhar. A maioria perde. O crente deve edificar sua casa com sabedoria, e não com o jogo de azar (Provérbios 24.3).
5 - O quinto problema é o do vício. 
O vício do jogo leva a pessoa a uma compulsão, que a obriga a jogar mais e mais.
6 - O sexto problema é o da exploração. 
Através do jogo, muitas pessoas são exploradas. Há quem gaste um quinto do salário ou mais, por ano, com a loteria, e não recebe nada em troca.
7 - O sétimo problema é o da sociedade. 
O jogo não contribui para a melhoria da sociedade. Impostos arrecadados não justificam os males sociais decorrentes da jogatina, que se associa a bebidas, drogas, prostituição e outros vícios.
8 - Em oitavo lugar, vem problema espiritual.
Através do jogo, o cristão escandaliza irmãos mais fracos, contrariando a Palavra de Deus. Quando fazemos algo aparentemente sem maldade, em termos de atitude e prática, podemos prejudicar o “irmão mais fraco”. Diz a Bíblia: “Ora, pecando assim contra os irmãos e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo. Pelo que, se o manja escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.” (ver 1 Coríntios 8.12,13)
9 - Em nono lugar, o problema do divertimento. 
É quando alguém joga, alegando que é apenas um divertimento. Mas Deus não aprova qualquer prazer ou divertimento ilegal, baseado no azar, na ambição de ganhar dinheiro.
 
10 - Em décimo lugar, vem a questão da mordomia. 
“O jogo de azar é boa mordomia?”. O mordomo é alguém de muita confiança, que cuida dos bens, do patrimônio de seu patrão, ou do seu senhor, aqui, na terra. É que seja uma pessoa de caráter ilibado, de bom comportamento, alguém que se possa confiar, realmente, para entregar a seus cuidados os bens materiais, e até mesmo o cuidado da administração da casa.
Assim, um cristão que se deixa envolver pelo jogo, torna-se um mau e negligente servo, que poderá receber, se não se arrepender a tempo, uma dura sentença da parte de Deus.
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NOTA: AMADOS IRMÃOS, AO POSTAR ESSA SÉRIE DE COMENTÁRIOS SOBRE A ÉTICA CRISTÃ, NÃO TIVEMOS QUALQUER INTENÇÃO DE CONFRONTAR OPINIÕES PESSOAIS DE NOSSOS LEITORES. O NOSSO COMPROMISSO É EXPOR A PALAVRA DE DEUS EM NOSSAS POSTAGENS, TRAZENDO DISCERNIMENTO SOBRE ALGUNS ASSUNTOS COM BASE NA MESMA. RECEBA CADA COMENTÁRIO COM AMOR, POIS, TRABALHAMOS PARA QUE HAJA "VIDA" EM TI! AQUI, NÃO JULGAMOS, POIS, QUEM PODE FAZÊ-LO É DEUS, SOMENTE APRESENTAMOS A VOCÊ A PALAVRA DO PAI!!!
QUE DEUS OS ABENÇOE!!! 

 


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