Hoje, pela manhã,
me lembrei de uma situação que me deixou, na ocasião em que a mesma aconteceu,
muito surpreso e feliz.
Numa certa vez, rompi uma amizade de alguns anos por
motivos banais e, esse rompimento prolongou-se por vários anos da minha vida.
Confesso que, quando me converti, entendi que essa inimizade deveria ser
corrigida, mas, como fazê-lo? Pensei muito sobre o assunto, porém, Deus ainda
não havia me dado uma oportunidade para resolvê-lo.
Lembro que, numa noite de culto,
apanhei a minha Bíblia e fui para a Igreja... Chegando lá, percebi que esse
amigo de outrora caminhava pela rua, vindo em minha direção e, pensei que seria
uma boa oportunidade para resolvermos a nossa indiferença. Durante alguns
segundos fui invadido por um grandioso bloqueio, algo que me impedia de tomar
qualquer tipo de atitude, porém, dentro do meu coração havia uma frase que
ecoava sem parar, “Deus, me ajude a resolver essa indiferença!”.
Realmente, Deus conhece o nosso coração! Naquela hora, Ele ouviu aquele “pedido silencioso” que saltava do meu interior, e, mesmo sem
que eu dissesse alguma palavra, Ele entendeu perfeitamente o desejo do meu
coração e me presenteou com uma situação que me deixou altamente contente...
Enquanto eu estacionava a minha bicicleta para entrar na Igreja, esse jovem
parou ao meu lado e me perguntou, “Você não acha que está na hora de voltarmos
a nos falar?”. Aquela indagação produziu em mim um “sim” instantâneo e, após a
minha concordância, pudemos apertar as mãos num ato de selar a nossa decisão e
restaurar aquele desgaste, resultante de um desentendimento passado.
A Bíblia nos
mostra, em Mateus 18.21-22, um diálogo interessante entre Pedro e Jesus que
traz uma resposta do Mestre com um tom de ordenança. Pedro o pergunta quantas
vezes devemos perdoar o nosso irmão e Jesus responde a ele que devemos
perdoá-lo não somente sete vezes, mas, setenta vezes sete. Muitos até realizam
uma certa operação matemática para chegar ao resultado dessa afirmação de Jesus
e entendem que Ele determinou que perdoássemos quatrocentos e noventa vezes...
É claro que não é isso! Quando Jesus diz “setenta vezes sete”, Ele nos transmite a
idéia de que o perdão deve ser liberado sempre que necessário, infinitamente,
mesmo porque, segundo a Palavra de Deus, se não perdoamos ao próximo, não
podemos ser perdoados por Deus. “Porque, se perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não
perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.” (Mateus
6.14-15)
Pedir e liberar
perdão é algo que muitas vezes tritura o nosso ego, pois, existem situações em
que o nosso coração está tranquilo quanto as nossas atitudes, ou seja,
situações em que temos a certeza de que não erramos ou prejudicamos quem quer
que seja. Por essa questão, nossa carne se levanta para nos dizer que não temos
obrigação nenhuma em nos dirigirmos a quem realmente causou alguma forma de
incômodo a nós. Precisamos entender que Deus não está interessado em saber quem
causou algum prejuízo numa relação, Ele simplesmente deseja que a reconciliação
seja providenciada o quanto antes, pois, a união alegra imensamente o Seu
coração. Baseado nisso, é importante promovermos a paz e a comunhão,
independente de qualquer fator que tente nos influenciar para mergulharmos num conflito, ou,
para uma desunião com aqueles que fazem parte de nosso convívio.
Que Deus nos
ensine a pedir e liberar perdão dia após dia, que possamos ouvir o Espírito
Santo e não o nosso ego, que venhamos promover a união sem nos importarmos com
algum prejuízo causado a nós. Vale lembrar que, ser um servo de Deus implica em
fazermos a vontade do Pai, e não a nossa própria vontade, mesmo que o nosso
coração tente nos levar a andar separados daqueles que nos cercam, devemos
lutar para resistirmos sobre tal postura.
Que Deus abençoe a
todos!!!