Dentre as muitas lembranças da
minha juventude, me recordo dos passeios de bicicleta que costumava fazer nos
finais de semana, sempre acompanhado dos amigos mais chegados. Era uma época
onde possuíamos o vigor característico da pouca idade, por isso, encarávamos
longas distâncias para desfrutar das belas paisagens rurais de nossa região.
Lembro que combinávamos o itinerário durante a semana e, assim, esperávamos
ansiosos para colocar a nossa pequena aventura em prática logo que aqueles
dias de estudo semanal se findavam. Uma das vantagens de se morar longe dos grandes
centros é a proximidade com a natureza, isso nos permitia contemplar as obras
maravilhosas feitas pelas mãos de Deus, explorando um território bem extenso,
sem nos preocuparmos com os perigos de uma metrópole, como o trânsito, a
violência, etc...
Num desses dias de pedalada com
os amigos, pude guardar em minha mente uma frase bem interessante que estava
gravada sobre o portão de entrada de um cemitério, precisamente num distrito de
nosso município chamado “Três Irmãos”, e, hoje, com um pouco mais de
experiência, posso compreender melhor essa frase, que dizia: “Aqui termina a
vaidade.” A sabedoria popular diz que “a morte iguala a todos”, ricos e pobres,
brancos e negros, cristãos e ateus... Bem, é evidente que essa expressão “a
morte iguala a todos” só pode ser empregada quando está associada a morte
física (corpo), pois, em relação a nossa parte espiritual (espírito e alma), não
há morte, apenas terminamos uma etapa para entrarmos na eternidade.
Aqui eu lanço uma pergunta...
Porque alguém se preocuparia em deixar uma frase sobre aquele portão do
cemitério dizendo que ali terminava a vaidade? Por certo, o autor, um simpatizante,
enfim, alguém entendia que muitos vaidosos ainda precisavam ser impactados
pelo significado daquela frase e gravou-a naquela estrutura. Bem, o que importa é
que, aquele que imprimiu aquelas palavras ali, segundo a sua percepção,
conseguia enxergar que a vaidade é um veneno que galopa nas veias daquele que
permanece cativo ao seu próprio ego, o seu “eu”, ou seja, aquele “vilãozinho”
que faz com que o homem olhe para si mesmo e escute ecoar em seu interior palavras
como “poder”, “perfeição” e “auto-suficiência”! O vaidoso vislumbra o mundo com
olhos carregados de egocentrismo.
Antes que a vaidade tente arrombar
a porta do seu coração, entenda algo para que ela seja banida de uma vez por
todas, não somos nada além de “pó”! A Bíblia nos mostra em Gênesis 2.7 que Deus
criou o homem, moldando-o do pó da terra e, após isso então, soprou em suas
narinas, dando-lhe o fôlego da vida. Em Gênesis 3.19, podemos ler na Palavra de
Deus que “somos pó e ao pó voltaremos”. Não podemos ser vaidosos, pois, a
essência do que somos e do que conquistamos não está em nós, mas, em Deus! Quem
realmente somos sem Ele? Nada, pó! Por Ele e com Ele sim, somos mais do que
vencedores! Sei que Deus nos presenteou com nomes abençoados, quando fomos
feitos por Ele, como “coroa da criação”, “geração eleita”, “sacerdócio real”, esses
são nomes que nos diferem de todas as coisas que foram criadas por Ele.
Assimilar que somos “pó” não significa que devemos nos comportar como lixo,
resto, fragmento, não é isso que Deus quer que pensemos. O que Ele deseja é que
reconheçamos que somos sempre menores e necessitados de Seus cuidados!!!
A minha oração é, que Deus me
proteja de mim mesmo, do meu “eu”, me guardando para que a vaidade jamais me
alcance a ponto de me fazer esquecer que sou apenas pó. Que Ele me lembre
sempre que, caso eu seja usado para dizer ou fazer algo que gere algum
benefício físico ou espiritual para alguém, que eu devo agradecê-Lo e imediatamente
transferir toda a Glória à Ele, assim como Jesus agia, todas as vezes que o
Pai o tomava como instrumento de bênção.
Que Deus injete humildade em nossa alma e coração!
Que Deus abençoe a todos!!!